Por Franciel Cruz
O pacato Nordeste de Amaralina e uma banda do aprazível Vale das Pedrinhas são testemunhas de que neste sagrado recinto só tratamos do Ludopédio de alta categoria. Por conta desta política editorial, evitamos sempre todo e qualquer assunto relativo ao time de Dias D’Ávila. Afinal, não podemos baixar o nível dos debates nem do futebol.
Hoje, porém, peço desculpas para uma exceção.
Logo após a peleja entre o representante da Região Metropolitana de Salvador X Paisandivisky (vá fazer rima na casa da porra, aqui, não) ouvi uma série de pipocos na pacífica região onde resido. A princípio, nem dei muita importância porque alguns estrondos e batuques compõem a paisagem local.
Porém, uns sujeitos meio efeminados que torcem para o time de Jailson Macedo de Freitas (sim, não espalhem, mas eu conheço umas injúrias que são adeptas da referida equipe) começaram a telefonar dando (lá eles) gritinhos e pulinhos como se tivessem conquistado um título importante.
Por conta da latomia (recebam, hereges), deduzi que eles haviam vencido a partida tranquilamente. No entanto, quando fui olhar o resultado hoje estava lá no placar estampado um 0 x 0 que nem o bandeira Belmiro podia mais mudar. Ato contínuo, rebarbei: “Mas, será o impossível? Por falta do que comemorar, já que não ganham nada há séculos, vocês agora vibram até com um simples empate?”.
Então, uma das injúrias, me garantiu, toda eufórica: “Françuel, não foi um simples empate, não. O ex-quadrão jogou muito. Colocamos o time de Belém na roda. Atuamos como se estivéssemos em casa. Na verdade, nos sentimos completamente em casa”.
Estudioso do futebol baiano, inclusive ontem escrevi um tratado sobre o tema para o BRIOSO IMPEDIMENTO, me raciocinei todo e cheguei à seguinte indagação: Como é que a porra do time de Arilson Gerasamba Anunciação conseguiu praticar um bom futebol lá longe? Este argumento de jogar em casa não vale porque eles não têm casa. E mesmo quando jogam aqui nunca praticaram algo nem parecido com o futebol. E a pergunta martelou meu maltratado juízo: O que terá ocorrido para que o ex-itinga tenha melhorado a produção lá longe?
E botei toda a minha catilogência (recebam, fariseus, uma catilogência nos mamilos) a serviço da elucidação de mais este enigma. E, depois de me raciocinar mais uma vez, finalmente ocorreu um estalo a la Vieira. Qual seja. O time de Dias D’Ávila conseguiu realizar sua melhor partida porque estava no Mangueirão. Só pode ter sido isso. Toda vez que entram no Mangueirão, as meninas se sentem em casa. Aliás, sabem porque o último título importante que conquistaram foi a Copa Renner? Não? É porque gostam mesmo é de receber tinta.
Fui Banda Aiyê