Todos sabem que a mídia impressa passa por enormes dificuldades financeiras em todo o mundo. E o Correio* não é diferente, mesmo fazendo parte do maior grupo de comunicação da Bahia. Nos últimos tempos, implantou modernas técnicas de gestão corporativa e tem em seus quadros excelentes profissionais, alguns inclusive da minha amizade pessoal.
Agora a capa da edição de quinta feira foi criada com o objetivo de irritar os rubro-negros e excitar os tricolores. E vender jornais. Com a queda do Bahia, o argumento de que o Vitória não consegue ganhar um título nacional é a defesa dos tricolores ante as derrotas sucessivas no confronto entre os dois na Bahia. Afinal o Bahia tem dois títulos nacionais. Não importa o tempo, não importa nada, essa é o grande argumento dos tricolores e os rubro-negros ficam machucados e pressionam os dirigentes a ganhar logo um título brasileiro.
E a Copa do Brasil é a alternativa mais próxima, pois com pontos corridos fica cada vez mais difícil ganhar o Brasileiro. Os editores sabiam disso, mas na necessidade de vender jornais não se preocuparam em machucar os rubro-negros, depois de uma longa noite de insônia, após uma vitória fantástica contra o grande e milionário Santos, mas que por regulamento, não foi suficiente para conquistar o título tão sonhado.
Tripudiar de uma torcida depois do show de alegria e espírito esportivo foi uma grande sacanagem. O rubro-negro nunca mais vai esquecer aquela manchete, pois nas rodas de bar e nas repartições e logradouros públicos,ônibus, a edição do jornal foi o instrumento usado para animar as gozações dos tricolores, que na ausência de vitórias do seu time, não têm outra alternativa a não ser torcer a favor dos adversários do Vitória. Na minha adolescência os rubro-negros viviam assim também.
Não quero aqui dizer o que faria se fosse o Presidente, pois não interessa fazer comparações. Mas de graça não iria ficar. A manchete foi inoportuna, depreciativa e sacana. Falo com o coração rubro-negro. Desestimula, quando se esperava que o esforço do time e a festa da torcida fosse enaltecida. E ainda deseduca a sociedade.
Em países civilizados um vice-campeonato é comemorado. Aqui é motivo de chacota por parte de uma mídia igualmente mal educada e apenas com visão mercantilista.
Nós somos vices, mas podemos nos orgulhar do esforço empreendido. Já eles não podem se orgulhar de nada, pois podem se tornar uma segunda opção de leitura dos torcedores do Vitória.