O aumento de receita pelos clubes não é o único fator para que os agentes tentem renovações com valores exorbitantes. É comum o jogador que se destaca por uma equipe numa temporada vire ídolo de uma torcida, pois o assunto futebol envolve emoção, paixão e carisma, diferente de empresas comuns de outras áreas. Então, no afã de aproveitar o embalo da boa fase de determinado atleta no clube e de não receber fortes críticas da torcida, as diretorias costumam renovar com seus principais atletas, mesmo pagando um valor que o time não tenha força financeira para suportar, o que ocasiona em atrasos salariais, aumento da dívida dos clubes, problemas de relacionamento entre os jogadores e queda de rendimento da equipe nas competições.
Outro temor dos dirigentes e também da torcida é sobre a reposição de seus principais jogadores. Há dirigentes que aceitam as renovações majoradas em 50% a 70% em média, por achar que no mercado do futebol será difícil encontrar atletas que joguem na mesma posição com qualidade similar ou melhor e com valores salariais menor ou equivalente ao primeiro contrato. Para isso, a solução mais viável é a pesquisa mais aprofundada dos clubes em outros times, regiões, países, através da figura do olheiro, como também dos próprios dirigentes acompanharem outros campeonatos pela Televisão, para com isso reduzir bastante a dependência dos agentes do futebol. Claro que esta medida é mais trabalhosa e com custos financeiros, pior é se tornar refém de empresários do futebol, por omissão, economia ou preguiça.
Por fim, fica evidente que pelos exemplos e motivos expostos, os agentes do futebol estão prejudicado o futebol nacional com a exploração financeira nas renovações de contrato de jogadores que foram ou são importantes para os clubes. Os dirigentes precisam rever suas atitudes, se organizar e estipular o teto salarial para combater a ganância no esporte.
Por: Fábio Monteiro
PS.: Este texto é para mostrar o quanto estes empresários são nocivos aos clubes e tentam se aproveitar das fragilidades das diretorias com suas torcidas. O caso de Maxi Biancucchi e Escudero mostra claramente, que a visão dos agentes é mesmo tirar o máximo de proveito financeiro dos times, sem se preocupar com gratidão com o clube que revitalizou a carreira de seu jogador/cliente.
Maxi Biancucchi tem 30 anos e nunca foi uma celebridade no futebol, ganhava R$ 50 mil no Olímpia do Paraguai, chegou ao Vitória com salário de R$ 120 mil (mais do dobro em relação ao anterior) e quer renovar para 2014 com R$ 200 mil/mês, mais pagamento de luva na faixa de R$ 1 milhão.
Assim como Damian Escudero, que desde que se profissionalizou é emprestado sucessivamente pelo Boca Juniors, nunca tendo uma temporada sequer sendo utilizado pelo time argentino. Outro fato é que o meia canhoto só conseguiu, se destacar, verdadeiramente, este ano com a camisa do Vitória, pois a sua passagem no Grêmio e Atlético-MG não deixaram saudades nestas duas grandes e exigentes torcidas.
Escudero já chegou aqui com salário de R$ 180 mil e agora quer dobrar praticamente, com a pedida de R$ 300 mil, fora a “luva” milionária de assinatura de contrato! Isso é um absurdo. Sempre critiquei Alexi Portela, mas neste caso ele está certíssimo. Não podemos virar refém de empresários de futebol. Com pesquisa bem feita, organização dos dirigentes dos clubes, dá pra vencer a Ganância FC e descobrir jogadores similares com salários mais em conta. O que não pode é fingir que paga, eles fingirem que jogam e o time ser rebiaxado por problemas salariais como aconteceu em 2004 e 2005.
// Texto do Blog Casa Rubro-Negra