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Este Felicianão não vai acabar bem. Por Franciel Cruz.

Os incautos podem achar que um campeonato está condenado à infâmia apenas porque o Botafogo lidera a peleja, de modo isolado, após 11 rodadas.

Nécaras. Ledo e Ivo engano.

É fato que o Alvinegro carioca sempre tem culpa no cartório pelas assombrações que povoam o pebolismo de Pindorama. Porém, a convicção, a certeza, a prova cabal de que a casa está fedendo a homem neste FELICIANÃO ocorre no exato momento em que o jogo mais dramático do fim de semana tem como protagonistas Vitória & Portuguesa – dois dos times mais amaldiçoados da história do Ludopédio, que nunca estrelaram conjuntamente nenhuma edição.

PUTAQUEPARIU O AZAR!!!

E o pior é que as testemunhas da inexplicável e, talvez por isso, óbvia tragédia nunca percebem quando o espectro do desatino ronda o ambiente.

Como assim? Assim, ó.

O ponteiro do relógio batia ali por volta das 17 horas, cinco minutos e oito segundos quando os ônibus do Leão e da Lusa chegaram, quase que concomitantemente, ao Estádio Manoel Barradas, o Monumental Barrasquitão.

Pois bem. Enquanto os paulistas vinham num veículo leito, cheio de guéri-guéri, a delegação Rubro-Negra desembarcava a bordo de um coletivo fuleiro, que nem vidro fumê possuía.

Ninguém deu importância a esta fundamental questão do conforto no deslocamento, mas a verdade é que este crucial problema da mobilidade urbana foi determinante para o desenrolar da primeira etapa.

Seguinte foi este.

Os jogadores do Vitória, padecendo por conta da sacolejante viagem no mal-ajambrado buzu, entraram em campo mais cansados do que os paus-de-arara das histórias de Patativa do Assaré que desembarcam na Paulicéia. Já os Rubro-verdes, reféns do conforto, desfilavam garbosamente pelo gramado do Barradão com a empáfia dos novos ricos, aqueles tipos que estão sempre esbanjando por acreditar que a fortuna nunca tem fim. E eles chutavam e perdiam duas, nove, seiscentas bolas com uma displicência atroz. Graças aos Exus que esta entidade abstrata chamada “deuses do futebol” é apenas uma ficção. Caso contrário, o placar imoral da primeira etapa seria 8 x 0.


Contudo, antes de prosseguir a homilia, cabe uma licença para repetir o seguinte mantra confessional. Abre aspas.

É automático, minha comadre, não importa o adversário. Basta o Vitória brocar o primeiro gol numa peleja qualquer – e este angustiado e crente locutor saca logo do coldre o inexorável Cepacol, gritando em 18 idiomas: “DESLIGA O REFLETOR, DISGRAMA”.

Este brado retumbante de galhofa e desespero (sim, no Leão, galhofa e desespero convivem de modo harmônico) é uma espécie de antídoto contra as traquinagens que por (des) ventura o Rubro-Negro venha a aprontar logo em seguida. E como apronta. Minhas maltratadas pontes de safenas (ainda) estão aqui para não me deixar mentir.

Por isso, assim que o Vitória balança as redes, rezo num sei quantas Ave Maria; três mil duzentos e 26 Pai Nosso; bato na madeira até fazer calo; apelo aos tradicionais banho de folha de arruda e ajoelho imediatamente no genuflexório, implorando ao santo operador do sistema nacional de energia elétrica que providencie logo mais um apagão geral, um blecaute, um corte em todas as linhas de transmissão das usinas hidrelétricas, termelétricas e do caralho aquático, desliga tudo, porra!!!”.

Mas, neste domingo, diante do massacre, nem esperei o primeiro gol Rubro-Negro e já apelei: “DESLIGA A DISGRAMA, SATANÁS!!!”. E Ele ouviu as minhas preces. Assim, o árbitro nem pode dar o apito final no primeiro tempo, pois se fez a escuridão. E zero no placar.

Ô, GRÓRIA!!!

No entanto, o Cramulhão nunca deixa barato. E quando o equilíbrio parecia que ia prevalecer, o zagueiro Victor Ramos lembrou das pontas que recebeu de Nicole Bahls e deu pra trás. Cañete, secretário do Capeta, provocou o alvoroço. Portuguesa 1 x 0 Vitória.

Agora, visualizem.

Se, com menos de 30 minutos de bola rolando na primeira etapa e 0x 0 no placar, a torcida do Vitória já havia expulsado o lateral-direito que estreava no Barradão, além de ter mandado o camisa 10 do time tomar naquele monossílabo, imaginem o porvir.

Imaginaram? Pois é. Num foi nada disto.

Uma vez mais, o Sobrenatural de Almeida deu as caras – e um cidadão de sobrenome Tarracha enroscou a criança no cangote e meteu uma tamancada, empatando a labuta.

E, para desmoralizar de vez a rodada, o zagueiro Fabrício inventa de bater uma falta já nos estertores da partida, coisa de 40 minutos e caqueirada. A bola desvia na barreira e todo o estádio repete em uníssono aquela sábia e sucinta sentença de Madre Teresa de Calcutá: “VÁ MATAR A MÃE DO DEMÔNHO”.

Vitória 2 x 1 Portuguesa.

Por tudo isso, antes do apito final, advirto aos amigos de infortúnio: este FELICIANÃO, que começou sob o signo da promiscuidade, não vai terminar bem.

Oremos.

Por: Franciel Cruz (para o site Impedimento)
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