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Zagueiro Gabriel Paulista: "Busco me inspirar no Gamarra. É o meu exemplo no futebol"

Para os zagueiros, a convivência com os cartões é uma rotina constante. Responsáveis por parar atacantes e impedir lances de gol, os jogadores da linha de defesa vez por outra acabam advertidos por cumprir com rigor o fardo que carregam. Para uns, receber um cartão amarelo é algo natural, típico de quem joga em uma posição em que a missão primária é a de destruir jogadas. Outros, no entanto, preferem contrariar a regra e virar referência não só pela competência defensiva, mas também pela capacidade de manter uma longa sequência sem punições por reclamações, antijogo ou jogadas violentas.

Há mais de quatro meses sem receber um cartão amarelo, o zagueiro Gabriel Paulista se enquadra na segunda opção.

Na atual temporada, atuou em todas as partidas do Vitória como titular, sem ser substituído. Entrou em campo em oito oportunidades e não foi advertido em nenhuma delas, melhor desempenho entre os defensores do time treinado por Caio Júnior. Sereno dentro e fora de campo, o atleta virou referência de disciplina no elenco rubro-negro, fruto da admiração por um ex-jogador paraguaio que marcou era na história do futebol.

- Busco me inspirar no Gamarra. Sempre vejo alguns vídeos dele. Na minha infância eu era corintiano e sempre o achei sensacional. Era excepcional vê-lo jogar. Excelente jogador, conseguia desarmar sem ser desleal. É o meu exemplo no futebol – disse o zagueiro rubro-negro enquanto lembrava da passagem de Gamarra pelo Corinthians, entre 1998 e 1999.

Titular absoluto do Vitória desde a temporada passada, Gabriel não recebe um cartão amarelo desde o dia 26 de outubro de 2012, quando foi punido na partida entre Vitória e São Caetano, realizada no Barradão, pela 33ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro. No total, jogador está há 127 dias sem ser advertido, número que se estenderá ainda mais, já que o Rubro-Negro só volta a entrar em campo no dia 17 de março, quando a segunda fase do Campeonato Baiano terá início.

A marca impressiona e já virou motivo de conversas na Toca do Leão. O goleiro Deola foi o primeiro a perceber o longo período sem advertências de Gabriel, que só passou a tomar conhecimento da longa sequência sem problemas com os árbitros há algumas semanas.

- Nem tinha notado que fiquei esse tempo todo sem receber cartões. Foi o Deola que chegou para mim e disse que já tinha vários jogos que eu não era advertido. Até falei que ele estava errado. Que eu achava que tinha levado um cartão. Mas depois vi que era verdade - afirmou o defensor, que no ano passado foi eleito o melhor zagueiro do Campeonato Baiano.

A transformação
Apesar de esbanjar tranquilidade, Gabriel garante que nem sempre foi disciplinado. Quando adolescente, o zagueiro era considerado um jogador de cabeça quente, com ampla participação em confusões desnecessárias, como no final do Campeonato Baiano juvenil de 2010.

- Eu era muito nervoso dentro e fora de campo. Lembro de um Ba-Vi de juniores no Barradão que eu sozinho parti para cima do time inteiro do Bahia querendo briga. Foi uma partida que estava tudo em nossa mão, mas tomamos uma virada. Eu já treinava entre os profissionais e o sangue me subiu a cabeça. Quando a partida acabou, procurei confusão – lembra o zagueiro.

A transformação do jovem indisciplinado em um jogador sem histórico de brigas só ocorreu após a convivência com atletas mais experientes da equipe principal do Vitória. Anderson Martins e Wallace foram os principais responsáveis pela mudança na personalidade de Gabriel, que também reserva agradecimentos especiais ao técnico Antônio Lopes.

- Quando subi, o Wallace e o Anderson Martins conversaram muito comigo e me passaram o que já tinham vivido no futebol. O Antônio Lopes também me passou muitos conselhos, me disse que eu tinha que manter a calma dentro de campo. Acabei percebendo que não tinha sentido perder a tranquilidade na partida. As vezes ainda fico meio estressado, mas procuro me controlar para não perder a cabeça – conta o zagueiro.

Adepto do jogo limpo, Gabriel também conserva no currículo uma marca incomum para zagueiros. Promovido ao time principal em 2010, o jogador nunca levou dois amarelos em uma única partida. Ou seja, sempre que recebe a primeira advertência do árbitro, o defensor rubro-negro redobra o cuidado para não ser expulso de campo.

- É uma tática que eu uso. Sempre procuro dar o bote na bola. Quando recebo o cartão amarelo, procuro deixar o atacante definir a jogada para fazer o desarme. Com o Victor Ramos eu tenho um bom entrosamento pelo tempo que jogamos juntos e quando eu recebo o cartão amarelo, ele vai para o desarme e eu fico na sobra – descreveu o zagueiro Gabriel Paulista.

De onde vem a calma...
O equilíbrio emocional de Gabriel extrapola as quatro linhas do gramado. Dentro de casa, o jogador costuma ser bastante tranquilo e usa essa serenidade em que uma prática que exige paciência para ser realizada com sucesso.

- Eu gosto muito de pescar. No carnaval fui em Simões Filho com o Douglas, o Rodrigo Mancha, a minha família e a família deles. Passamos o dia pescando. Eu deveria ficar muito estressado, já que não peguei nada. Mas quando você fica o dia todo com amigos e a família, não tem como não ficar tranquilo. Dá uma renovada no ânimo – declarou.


A música é um hobby que ajuda a manter os nervos de Gabriel no lugar. O zagueiro conta que costuma refletir enquanto escuta canções gospel e de bandas de pagode como Revelação.

- Eu gosto muito de música. Estava ouvindo um CD de Revelação faz alguns minutos. Tenho muitas músicas no meu celular, pra ouvir onde quer que eu vá. Também gosto de música gospel. Tem uma música da Ludmila Ferber, chamada Nunca Pare de Lutar, que eu acho muito bonita, que me passa calma - contou o zagueiro.

Na sala de casa, Gabriel exibe fotos e recortes de jornais de partidas que disputou. Em um porta retrato, o zagueiro aparece marcando o atacante Ronaldo, em partida contra o Corinthians.

- Essa é especial. Marquei o Ronaldo. Vou mostrar para os meus filhos - disse Gabriel aos risos.

As conquistas de títulos também tem destaque na casa do jogador, e não só com fotos. O troféu de melhor zagueiro do Campeonato Baiano 2012 tem papel de destaque na coleção do atleta, que conserva imagens de várias competições disputadas nos últimos anos.

- Eu tinha esse de melhor zagueiro e um de gol mais bonito. Mas a empregada daqui de casa foi limpar e quebrou um deles. Ainda vou mandar reformar - declara o zagueiro, que garante não ter ficado irritado por ter perdido o troféu recebido no ano passado.

O maior desafio que Gabriel já encontrou pela frente na carreira, no entanto, não aparece representado na sala do jogador. O defensor afirma que parar Neymar é a pior missão que um técnico pode passar para um zagueiro. Gabriel já teve esse trabalho três vezes na carreira e elege o santista como atacante mais difícil de ser marcado que já encontrou pela frente.

- É muito ruim marcar o Neymar. Ele é rápido, habilidoso e muito inteligente. Esse ano tem Vitória e Santos de novo pelo Brasileirão e espero jogar para tentar impedir que ele desequilibre a partida. Quem sabe até a gente não se encontra na Copa do Brasil - destacou o zagueiro rubro-negro.

Entre a tempestade e a calmaria
A briga com membros de uma torcida organizada do Vitória ocorrida no final do ano passado é um dos poucos episódios que tem o poder de tirar Gabriel do sério. Hoje, o zagueiro fala abertamente do assunto, mas lembra que na época perdeu a cabeça e deixou o nervosismo transparecer até mesmo dentro de campo.

- Eu sempre fui elogiado pela torcida. Todo lugar que eu ia falavam que eu dava o sangue pelo time. Aí vou no aeroporto para embarcar para um jogo decisivo e tomo um tapa nas costas de um torcedor que fez papel de palhaço. Na partida seguinte, contra o Bragantino, fui expulso ainda no primeiro tempo. A agressão me afetou. Fui para a partida sem estar totalmente concentrado - lembra o zagueiro.


Este ano, mais uma confusão teve o time do Vitória como protagonista, mas desta vez sem envolver diretamente Gabriel. Na derrota por 4 a 1 para o Ceará, nas quartas de final da Copa do Nordeste, o meia Renato Cajá foi expulso após atingir o árbitro pernambucano Gilberto Rodrigues Castro Junior no rosto. O zagueiro foi um dos atletas responsáveis por separar a confusão que se formou em campo após o ocorrido.

- Foi tudo muito rápido. Todo o time estava irritado com a atuação do árbitro e de repente o Cajá foi expulso. O cara pode ser muito tranquilo, mas as vezes não consegue segurar. O Cajá é muito sereno, nunca levanta o tom de voz. Acabou que eu fiquei na turma do deixa disso para minimizar o problema - relatou.

Dono de uma paciência invejável, Gabriel diz que, mesmo atrás do placar e sendo desclassificado da Copa do Nordeste, o time do Vitória não poderia ter perdido a cabeça, já que pode acabar sem jogadores importantes para a sequência da temporada.

- Não adiantou de nada tudo aquilo. Entendo que o time estava irritado por conta dos erros da arbitragem, mas não ajudou. Tinhamos que permanecer tranquilos. Fica de exemplo para que a gente não cometa mais esse erro - decarou o jogador.

Promovido em 2010, Gabriel já acumula três anos como profissional no Vitória. No total, são 95 jogos, com 17 cartões amarelos e dois vermelhos para o aprendiz de Gamarra da Toca do Leão. (Thiago Pereira / GloboEsporte - Fotos: Foto: Thiago Pereira)
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Comentários
2 Comentários

2 comentário(s):

Anônimo disse...

Só li o título e...PQP!!!!!!
Queria que ele tomasse o triplo do que toma de cartões, mas impedisse o triplo de bolas aéreas que resultam em gola contra nós, por exemplo.
Botava a maior fé no Gabriel, mas em 2012 ele deixou muito a desejar.

Lunga

Anônimo disse...

De Zé Luiz, é um bom menino prata da casa olhe o que o ASA fez com Lucio Maranhão renovou o contrato até 2015 e emprestou passe estipulado em 3 milh. agora o criciuma está querendo e fica aqui sem oportunidade de jogar com sequencia e vendo Dinei jogando, lembram o que essa diretoria fez com William deu de mão beijada para reforçar a ponte, time que tem pesoas que conhece de futebol faz assim e é assim que deveria ser feito com Wellinton hoje faz falta neste meio campo e também com Gabriel Paulista renovar e emprestar para ganhar mais maturidade e voltar com mais experiencia. estou citando só um exemplo, mais estas bolas aereas também o Nino Paraiba é um dos grandes responsaveis dá muita viajem sem nescessidade as vezes até com o time ganhando ou não, toma muitas bolas nas costas. viram o resultado de CEARÁ O X 1 ASA, ficou provado diretria e jogadores vocês é que não tiveram competencia, continuem insistindo com RAMUNDO QUEIROZ DIRETOR DE FUTEBOL, DAVID BRAS, FERNANDO BOB, MICHEL, RODRIGO MANCHA, DINEI E MARQUINHOS, que vomos perder o campeonato baiano, copa do brasil e candidato ao rebaixamento no Brasileiro, RAMON MENEZES DIRETOR DE FUTEBOL E RICARDINHO TREINADOR.

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