Diretor de esportes olímpicos do Vitória, o rubro-negro Mário Ferrari conversou com o Bahia Notícias nesta semana para falar sobre os problemas que enfrenta na área.
Satisfeito com o rendimento dos atletas do clube em 2012, o dirigente se mostrou insatisfeito com a falta de apoio do governo do Estado e prefeitura em investimentos estruturais.
Satisfeito com o rendimento dos atletas do clube em 2012, o dirigente se mostrou insatisfeito com a falta de apoio do governo do Estado e prefeitura em investimentos estruturais.
Bahia Notícias: Mário, primeiro queria que fizesse um resumo do seu trabalho nos esportes olímpicos do Vitória no ano de 2012.
Mário Ferrari: Quando assumimos a diretoria dos esportes olímpicos em janeiro de 2011, o clube tinha praticamente só o remo e o futebol feminino. Gradativamente fomos montando uma estrutura para praticar outros esportes. Hoje temos mais de 250 atletas representando o clube em diversos esportes. Para cada esporte foi escolhido um coordenador geral e para alguns existe uma equipe de apoio. Assim é que existe técnico para cada modalidade e preparador físico para algumas. Além do remo, praticamos: vôlei de quadra – times adulto e Sub-20 masculino, e adulto feminino, vôlei de praia – três duplas, sendo que duas participam do circuito Banco do Brasil, basquete – equipes adulta, Sub-22, Sub-19, Sub-17, Sub 15, e Sub 13, judô, Taekwondo, futebol de salão – equipe adulta e Sub-20, boliche e natação paraolímpica. Nosso trabalho é, junto com cada coordenador de cada esporte, buscar as condições para que tudo funcione e que tenhamos equipes competitivas e vitoriosas. O Campeonato Baiano de futebol feminino é disputado por poucas equipes e só leva quarenta e cinco dias no ano. Não temos como armar uma equipe que possa fazer frente ao São Francisco, sem trazer pelo menos seis boas jogadoras de fora. Não é possível montar essa equipe para jogar apenas durante tão pouco tempo. As atletas não querem vir e não haverá tempo de entrosar o time. Assim sendo, embora reconhecendo o esforço da FBF para fazer o campeonato, não participaremos desse esporte enquanto não houver um calendário que nos permita montar uma equipe forte.
Bahia Notícias: Quando foi convidado para gerir este setor do clube, como encontrou a estrutura?
Mário Ferrari: Havia apenas o remo e o futebol feminino. A sede do remo estava precisando de uma grande reforma. Com o apoio de Alexi Portela, Carlos Falcão e Hildebrando Maia, e com Joel Meu Santo na frente, conseguimos reformar a sede, construir uma remadeira (equipamento semelhante a uma piscina, em que o remador aprende a remar sem precisar ir para o mar). O time de futebol feminino era mero participante do Campeonato Baiano, sem nenhuma chance de obter título.
Bahia Notícias: Quais as principais dificuldades para se fazer esportes olímpicos na Bahia?
Mário Ferrari: As dificuldades são muitas. Os recursos financeiros são muito escassos, poucas pessoas querem ajudar, as empresas não querem investir e a torcida pouco comparece. A cidade de Salvador não tem um ginásio de esportes que possa receber grandes eventos. Não existe um ginásio de esportes público para utilizar, não existe uma pista de atletismo em Salvador, não existe uma piscina olímpica, o remo está jogado às traças na Ribeira. É preciso, em primeiro lugar, vontade política para mudar esse estado de coisas, o governo do Estado e o governo municipal precisam cuidar de oferecer um mínimo de condições para a prática dos esportes em Salvador. Só existem providências em relação ao futebol. O que será do estádio de Pituaçu, agora que a Fonte Nova será reaberta? Quem irá jogar em Pituaçu? Vai ser o Botafogo, ou dos clubes da segunda divisão? Se os recursos gastos nesse estádio e na passarela fossem investidos em ginásios de esportes, piscinas, pistas de atletismo, e levar o remo para o Parque de Pituaçu, os ganhos para os esportes seriam bem maiores. Enquanto isso, os campeonatos de basquete, voleibol, futebol de salão são jogados em ginásios emprestados por escolas e faculdades particulares. Registramos que todos os eventos são divulgados no site do clube, com antecedência, indicando horário, data e local, e que existe na aba dos esportes olímpicos do site os contatos (e-mail e telefones) de todos os responsáveis de cada esporte, para aqueles que desejarem praticar entrar em contato.
Bahia Notícias: Vejo que o Vitória sempre faz parcerias com faculdades. Isso facilita o trabalho de que forma?
Mário Ferrari: O Vitória não possui um ginásio de esportes próprio. Temos projeto e orçamento prontos para construir um ginásio de esportes na área do Barradão, no terreno onde fica o Perôneo. A construção desse equipamento fazia parte do escopo do convênio com o governo do Estado, mas os recursos são poucos, e teve de se retirar à construção do ginásio do convênio. Temos de contar com a colaboração da Faculdade 2 de Julho, da Faculdade Social da Bahia, e do clube da Braskem para praticarmos o basquete, o futsal e o vôlei.
Bahia Notícias: Você tem solicitado à diretoria mais investimentos neste setor, já que no ano que passou foram muitos os títulos conquistados?
Mário Ferrari: Já apresentamos orçamento detalhado de todos os esportes para o presidente e para o vice. São poucos os recursos financeiros solicitados. Será ótimo se alguma empresa quiser patrocinar os esportes olímpicos. Todos os jogos e eventos são divulgados no site do clube, as redes sociais reproduzem as notícias, os programas esportivos das rádios dão as informações, e a imprensa escrita também divulga. Pouca divulgação ocorre nas TVs. Além do retorno com a divulgação, uma empresa que queira ser parceira dos esportes olímpicos do clube, terá, além da pratica esportiva, o engajamento no viés social da atuação do clube, que insere o jovem na prática esportiva, afastando-o do álcool, drogas e outros vícios. Além do atleta, as famílias também se envolvem, e sentem a influência benéfica que o esporte produz. Muitos são adeptos de outros esportes, além do futebol, e são motivados a ampliar nosso imenso quadro de torcedores.
Bahia Notícias: Como será o planejamento para os esportes olímpicos neste ano de 2013?
Mário Ferrari: A ideia é manter em atividade, pelo menos, os esportes que foram praticados em 2012. A regra que adotamos é sempre buscar vencer, perder deve ser exceção.
Bahia Notícias: Dentre todos os esportes, quais disputarão grandes competições nacionais?
Mário Ferrari: O basquete vai disputar a Copa do Brasil e está disputando a Super Copa Norte/Nordeste – esse evento é disputado por mais de 150 equipes da Bahia até o Amazonas –, o vôlei vai disputar a classificatória da Liga Nacional B, o judô, o Taekwondo e o boliche disputarão o Campeonato Brasileiro por equipes, duas duplas nossas irão disputar o Circuito Nacional de Vôlei de Praia, o remo irá disputar o Campeonato Norte/Nordeste e o brasileiro de máster, e Mônica Veloso irá participar de eventos de natação em todo o mundo. Registre-se que o judoca Maicon França foi classificado na seletiva olímpica e irá representar o Brasil em torneios internacionais, e Tiago Pinho está na seleção Sub-18 de judô. No Taekwondo, Giovani Santana irá buscar o título brasileiro máster, e Josyhenrique Cruz está na seleção brasileira.
Bahia Notícias: E existe a possibilidade de o Vitória investir em mais esportes em 2013?
Mário Ferrari: Vamos buscar manter o que já temos, e, se for possível, expandir para outros esportes. O handebol pode ser um deles.
Bahia Notícias: Poderemos ver, em breve, um atleta do Vitória disputando, por exemplo, uma Olimpíada?
Mário Ferrari: Não é fácil. Precisamos de investimentos em atletas, que não temos condições de fazer se não houver apoio empresarial. Nossas maiores esperanças são no judô e Taekwondo. (Maurício Naiberg / BahiaNotícias)
Mário Ferrari: Quando assumimos a diretoria dos esportes olímpicos em janeiro de 2011, o clube tinha praticamente só o remo e o futebol feminino. Gradativamente fomos montando uma estrutura para praticar outros esportes. Hoje temos mais de 250 atletas representando o clube em diversos esportes. Para cada esporte foi escolhido um coordenador geral e para alguns existe uma equipe de apoio. Assim é que existe técnico para cada modalidade e preparador físico para algumas. Além do remo, praticamos: vôlei de quadra – times adulto e Sub-20 masculino, e adulto feminino, vôlei de praia – três duplas, sendo que duas participam do circuito Banco do Brasil, basquete – equipes adulta, Sub-22, Sub-19, Sub-17, Sub 15, e Sub 13, judô, Taekwondo, futebol de salão – equipe adulta e Sub-20, boliche e natação paraolímpica. Nosso trabalho é, junto com cada coordenador de cada esporte, buscar as condições para que tudo funcione e que tenhamos equipes competitivas e vitoriosas. O Campeonato Baiano de futebol feminino é disputado por poucas equipes e só leva quarenta e cinco dias no ano. Não temos como armar uma equipe que possa fazer frente ao São Francisco, sem trazer pelo menos seis boas jogadoras de fora. Não é possível montar essa equipe para jogar apenas durante tão pouco tempo. As atletas não querem vir e não haverá tempo de entrosar o time. Assim sendo, embora reconhecendo o esforço da FBF para fazer o campeonato, não participaremos desse esporte enquanto não houver um calendário que nos permita montar uma equipe forte.
Bahia Notícias: Quando foi convidado para gerir este setor do clube, como encontrou a estrutura?
Mário Ferrari: Havia apenas o remo e o futebol feminino. A sede do remo estava precisando de uma grande reforma. Com o apoio de Alexi Portela, Carlos Falcão e Hildebrando Maia, e com Joel Meu Santo na frente, conseguimos reformar a sede, construir uma remadeira (equipamento semelhante a uma piscina, em que o remador aprende a remar sem precisar ir para o mar). O time de futebol feminino era mero participante do Campeonato Baiano, sem nenhuma chance de obter título.
Bahia Notícias: Quais as principais dificuldades para se fazer esportes olímpicos na Bahia?
Mário Ferrari: As dificuldades são muitas. Os recursos financeiros são muito escassos, poucas pessoas querem ajudar, as empresas não querem investir e a torcida pouco comparece. A cidade de Salvador não tem um ginásio de esportes que possa receber grandes eventos. Não existe um ginásio de esportes público para utilizar, não existe uma pista de atletismo em Salvador, não existe uma piscina olímpica, o remo está jogado às traças na Ribeira. É preciso, em primeiro lugar, vontade política para mudar esse estado de coisas, o governo do Estado e o governo municipal precisam cuidar de oferecer um mínimo de condições para a prática dos esportes em Salvador. Só existem providências em relação ao futebol. O que será do estádio de Pituaçu, agora que a Fonte Nova será reaberta? Quem irá jogar em Pituaçu? Vai ser o Botafogo, ou dos clubes da segunda divisão? Se os recursos gastos nesse estádio e na passarela fossem investidos em ginásios de esportes, piscinas, pistas de atletismo, e levar o remo para o Parque de Pituaçu, os ganhos para os esportes seriam bem maiores. Enquanto isso, os campeonatos de basquete, voleibol, futebol de salão são jogados em ginásios emprestados por escolas e faculdades particulares. Registramos que todos os eventos são divulgados no site do clube, com antecedência, indicando horário, data e local, e que existe na aba dos esportes olímpicos do site os contatos (e-mail e telefones) de todos os responsáveis de cada esporte, para aqueles que desejarem praticar entrar em contato.
Bahia Notícias: Vejo que o Vitória sempre faz parcerias com faculdades. Isso facilita o trabalho de que forma?
Mário Ferrari: O Vitória não possui um ginásio de esportes próprio. Temos projeto e orçamento prontos para construir um ginásio de esportes na área do Barradão, no terreno onde fica o Perôneo. A construção desse equipamento fazia parte do escopo do convênio com o governo do Estado, mas os recursos são poucos, e teve de se retirar à construção do ginásio do convênio. Temos de contar com a colaboração da Faculdade 2 de Julho, da Faculdade Social da Bahia, e do clube da Braskem para praticarmos o basquete, o futsal e o vôlei.
Bahia Notícias: Você tem solicitado à diretoria mais investimentos neste setor, já que no ano que passou foram muitos os títulos conquistados?
Mário Ferrari: Já apresentamos orçamento detalhado de todos os esportes para o presidente e para o vice. São poucos os recursos financeiros solicitados. Será ótimo se alguma empresa quiser patrocinar os esportes olímpicos. Todos os jogos e eventos são divulgados no site do clube, as redes sociais reproduzem as notícias, os programas esportivos das rádios dão as informações, e a imprensa escrita também divulga. Pouca divulgação ocorre nas TVs. Além do retorno com a divulgação, uma empresa que queira ser parceira dos esportes olímpicos do clube, terá, além da pratica esportiva, o engajamento no viés social da atuação do clube, que insere o jovem na prática esportiva, afastando-o do álcool, drogas e outros vícios. Além do atleta, as famílias também se envolvem, e sentem a influência benéfica que o esporte produz. Muitos são adeptos de outros esportes, além do futebol, e são motivados a ampliar nosso imenso quadro de torcedores.
Bahia Notícias: Como será o planejamento para os esportes olímpicos neste ano de 2013?
Mário Ferrari: A ideia é manter em atividade, pelo menos, os esportes que foram praticados em 2012. A regra que adotamos é sempre buscar vencer, perder deve ser exceção.
Bahia Notícias: Dentre todos os esportes, quais disputarão grandes competições nacionais?
Mário Ferrari: O basquete vai disputar a Copa do Brasil e está disputando a Super Copa Norte/Nordeste – esse evento é disputado por mais de 150 equipes da Bahia até o Amazonas –, o vôlei vai disputar a classificatória da Liga Nacional B, o judô, o Taekwondo e o boliche disputarão o Campeonato Brasileiro por equipes, duas duplas nossas irão disputar o Circuito Nacional de Vôlei de Praia, o remo irá disputar o Campeonato Norte/Nordeste e o brasileiro de máster, e Mônica Veloso irá participar de eventos de natação em todo o mundo. Registre-se que o judoca Maicon França foi classificado na seletiva olímpica e irá representar o Brasil em torneios internacionais, e Tiago Pinho está na seleção Sub-18 de judô. No Taekwondo, Giovani Santana irá buscar o título brasileiro máster, e Josyhenrique Cruz está na seleção brasileira.
Bahia Notícias: E existe a possibilidade de o Vitória investir em mais esportes em 2013?
Mário Ferrari: Vamos buscar manter o que já temos, e, se for possível, expandir para outros esportes. O handebol pode ser um deles.
Bahia Notícias: Poderemos ver, em breve, um atleta do Vitória disputando, por exemplo, uma Olimpíada?
Mário Ferrari: Não é fácil. Precisamos de investimentos em atletas, que não temos condições de fazer se não houver apoio empresarial. Nossas maiores esperanças são no judô e Taekwondo. (Maurício Naiberg / BahiaNotícias)