A verdade, porém, é que ainda tenho dúvidas sobre se a exibição de terça à noite, é, como espero, o reencontro dos jogadores com a vontade de jogar futebol perdida em alguma ponto entre a 21ª e a 33ª rodadas.
O jogador camisa 2, após os gols, dele e dos demais, fez questão de correr e abraçar o camisa 5, que estava no banco. Inclusive, chegou a tirar o camisa 10 da frente das câmeras para levá-lo para a comemoração particular. Tudo bem. Comemorar com um colega que perdeu um pênalti no jogo, dar uma força ao amigo, eu compreendo. Esta seria uma atitude, por mim, elogiada, se não fosse por um detalhe: em nenhum momento eles foram comemorar com a torcida. Mais que isso, parecia que não havia nenhum torcedor em campo. Talvez o fato de que estávamos – quase todos – com capa de chuva tenha dado a impressão de que éramos uma torcida de fantasmas.
Aliás, no jogo anterior, eles já haviam adotado este comportamento deprimente. Talvez os torcedores rubro-negros que foram assistir (e apoiar o time) no jogo em Bragança – e que foram solenemente ignorados pela maioria dos jogadores – tenham se tornado invisíveis, também. Mesmo levando-se em conta que foi a maior torcida do Vitória, fora da Bahia.
Quer dizer que não podemos achar ruim o fato do time ter jogado futebol com vontade por 19 rodadas e, de repente, ter esquecido como se dá um passe de meio metro?
Mas, qual a importância que a torcida tem, afinal? Um bando de ‘corneteiros que não amam o time’ só porque cometem o gravíssimo crime de criticá-lo.
Parece que a maioria se esquece que nós, quando compramos ingresso – no caso do SMV, para uma temporada inteira, sem saber se alcançaremos a glória ou iremos para o submundo; quando compramos produtos do Vitória; quando saímos às ruas com a marca do patrocinador estampada em nossas camisas, estamos trazendo receita para o clube. Ou seja, nós ‘apenas’ pagamos para que o espetáculo aconteça. O que os ‘meninos’ do Vitória precisam saber é que: Cada vitória rubro-negra é uma vitória nossa.
Não querem comemorar conosco? Não tem problema, o que não falta é um amigo rubro-negro, ao lado, para abraçar e ser abraçado. Querem ‘ficar de mal’ com a torcida? Tudo bem, contanto que continuem a cumprir seu papel, com profissionalismo. É só o que exigimos. Afinal, quantos números 2, 4 e 5, já tivemos? Esses, de agora, irão para outros clubes, alguns encerrarão a carreira por aqui mesmo, outros nos esquecerão e, nós, também, a eles.
Portanto, jogadores rubro-negros, apesar de vocês nos ignorarem, continuaremos a ir ao estádio, continuaremos a torcer pelo Vitória, pular a cada gol que o Vitória marcar, arrancar metade dos cabelos a cada gol que o Vitória sofrer, chorar quando o Vitória, enfim, alcançar o acesso e, quem sabe, explodir de alegria se o Vitória conquistar o título.
Apesar de vocês, e da diretoria omissa que permite este tipo de atitude, nós torcedores continuamos RUBRO-NEGROS, pois todos vocês são apenas passageiros. Nossa paixão é eterna.
Por: Teresa Ribeiro