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Rodrigo Carpegiani: "Não existe essa de pai para filho. O que existe é profissionalismo"

Paulo César Carpegiani e Rodrigo Carpegiani têm uma relação muito maior do que pai e filho. O elo entre os dois não é só familiar. É também profissional. Aos 36 anos, Rodrigo é auxiliar técnico e braço direito do pai por onde ele for.

Parafraseando Legião Urbana, o verso da dupla bem que poderia ser: “Já trabalhei em tanta casa, que nem me lembro mais. Eu trabalho com o meu pai”.

Já são cinco anos de parceria. O trabalho conjunto teve início no Corinthians em 2007. A dupla passou ainda por Vitória, Atlético-PR e São Paulo. No início, a colaboração se resumia ao trabalho no dia a dia dos treinamentos. Na segunda passagem pelo Vitória, porém, ganhou outra vertente.

Desde que assumiu o Vitória, Carpegiani propôs à diretoria um novo método de trabalho. Ele nos camarotes, e o auxiliar Ricardo Silva no banco de reservas. Assim foi desde o começo. O treinador esteve à beira do gramado em apenas três partidas. No começo, Ricardo passava as orientações sozinho. Aos poucos, Rodrigo se soltou e passou a figurar, constantemente, na beira do gramado. O primeiro passo para a realização do principal objetivo: se tornar treinador.

- É uma ideia que está amadurecendo e que eu vou tentar seguir. Vamos deixar as coisas acontecerem naturalmente. Vou tentar deixar as coisas fluírem naturalmente. Se der certo, ótimo – comentou o auxiliar técnico.

A opção tem dado certo. Rodrigo e Ricardo dividiram as funções no banco de reservas em 17 partidas. Em 13 delas, o Vitória conquistou os três pontos. O auxiliar técnico saiu derrotado em apenas duas oportunidades – mesmo número de derrotas de quando o pai esteve no banco de reservas.

O sucesso da primeira experiência mais próxima da função do treinador tem motivado o filho de Carpegiani. Apesar de ter trabalho em um centro de treinamentos do pai, a função atual é nova para Rodrigo, que não acredita que a decisão do pai tenha sido tomada para lhe dar experiência.

- Em um grande clube, clube de torcida, é uma experiência nova sim. Ele me colocou ali para me ambientar, vamos dizer assim. Não digo para assumir, porque tem diretoria, tem muitas coisas por fora, muitos fatores que levam a ser treinador, tem torcida, imprensa... Mas já para ambientar, para eu saber como é que funciona. Não que eu não soubesse disso, mas já é um outro ramo.

Na função de pai e professor, Carpegiani garante que consegue afastar os dois lados. Perfeccionista nos treinamentos, os elogios feitos ao filho não parecem ser coisa de pai coruja.

- Acho que ele vai ter sucesso nessa carreira de treinador. Ele é muito inteligente, mas sempre falta oportunidade em clubes grandes, e é por iso que eu sempre trago ele comigo – elogia Carpegiani.

Já Rodrigo prefere deixar a oportunidade a cargo do destino:

- É difícil? É. Mas tudo na hora certa. É igual a jogador, acontece tudo no momento certo e você tem que estar preparado. Jogador tem que estar preparado para o momento certo. Se amanhã ou depois acontecer alguma coisa e eu tenha que assumir, não tem problema nenhum. Eu tenho que estar preparado, consciente e tranquilo com relação a isso – garante.

Treinador por opção
Antes de começar a trabalhar ao lado do pai como auxiliar técnico, Rodrigo Carpegiani se arriscou com a bola nos pés. Não só ele. Toda a família Carpegiani tentou seguir os caminhos do patriarca. A tentativa não deu certo. Para alívio do treinador do Vitória.

- Eles tentaram, mas talvez pela própria exigência, sempre cobrei muito, eles não levaram a sério. Filho de um jogador com oportunidade, experiência profissional, ia ser muito cobrado na profissão. Não fico triste por ele não ter virado jogador. É melhor do que ele em campo e um cara de seu lado, que não te conhece, cornetando o seu filho. Isso dói na alma – argumenta o técnico.

Rodrigo admite a tentativa e apresenta outra versão para ter pendurado as chuteiras:

- Tentei, mas ser jogador é para quem precisa. A verdade é essa. Jogador é para quem precisa, quem necessita. Felizmente meu pai me deu tudo o que eu precisava e não passei aquela necessidade como hoje muito jogador precisa e dá valor. Na hora que precisou realmente dar mais valor à bola e se dedicar mais ao futebol, eu abri mão e fui para a faculdade.

Na transição de dentro das quatro linhas para fora delas, o auxiliar técnico admitiu ter convivido com desconfiança. Não pelo fato de ser novo, mas por ser filho de quem é. De acordo com ele, muitas pessoas encararam o fato de trabalhar com o pai como o capricho de um familiar.

No entanto, o dia-a-dia mostra que não é bem assim. Rodrigo dificilmente fica ao lado do pai durante os treinamentos. Carpegiani gosta de espalhar os auxiliares ao redor do gramado para ter diversos ângulos da atividade.

- As pessoas enxergam como se fosse uma ajuda de pai para filho. As pessoas não entendem que, quando você entra no ambiente profissional, não existe essa de pai para filho. O que existe é profissionalismo. Pai para filho é em casa, fora do clube, fora das portas do clube. Aí vem o lado família. Agora entrou para a área de trabalho, a cobrança é tanto quanto, ou até maior, do que uma pessoa comum - explica o treinador.

Com o olhar atento do pai, a desconfiança que é superada a cada dia e a convicção de que já pode assumir um trabalho sozinho, Rodrigo vai trilhando o caminho no futebol. O sobrenome Carpegiani terá uma continuidade no banco de reservas. Só o destino dirá se terá o mesmo sucesso. (Raphael Carneiro / GloboEsporte)

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