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As dores dos pequenos não vendem jornais. Por Franciel Cruz.

Não sei se quem falou foi Zaratustra, Flaubert, Irmã Dulce ou Jacques Derrida. E pouco importa o autor. O fato é que não há – pelo menos para este narcísico locutor – como fugir do seguinte e inapelável axioma: “Todo texto é autobiográfico”.

Por exemplo? Sei que 97,48% dos que gastam seu ocioso tempo aqui desconhecem a minha contribuição para a história da computação na Bahia, porém a verdade que salva e liberta é uma só: esta tecnoanta que hodiernamente (recebam, fariseus, um hodiernamente logo no 2º parágrafo) vos sopra estes bits mal digitados já foi uma espécie de Steve Jobs nesta província lambuzada de bytes e dendê.

Além de ser aluno da segunda turma de processamento de dados da Escola de Engenharia Eletro-Mecânica da Bahia, a gloriosa EEMBA, ministrei, na longínqua década de 80, aulas de Cobol, Fortran, Pascal e, creiam, até mesmo de Sistema Operacional em Disco (DOS), entre outras mumunhas, no extinto Centro de Informática de Salvador.

Porém, esta semana, apesar de meu belo e rico histórico tecnológico, a morte que me comoveu não foi a do visionário americano, mas sim a de uma pessoa, pra mim, muito mais importante, em que pese nem conhecê-lo: Adailton Feliciano Teixeira.

Agora, vejam vocês como o mundo é injusto. Enquanto Steve Jobs recebeu 4,5 milhões de tuites em 12 horas, meu herói ganhou míseras sete linhas de necrológio num jornal local, apesar de estar empenhado numa tarefa muito mais árdua e digna: construir um Brasil melhor e um Esporte Clube Vitória melhor (o que dá no mesmo).

Pois bem.

Na noite da última terça-feira, enquanto travava esta inglória batalha em favor da pátria, Adailton sentiu um forte dor no peito. Ato contínuo, procurou o competente serviço médico no Estádio Manoel Barradas, que lhe deu um pronto diagnóstico: gases.

Pouco tempo depois, consuma-se uma das mais graves injustiças contra a pátria (o Barueri, este timeco de empresários, broca o Leão em pleno Santuário) – e seu Adailton morre de infarto.

Além de ficar completamente puto e revoltado com o desleixo médico, que, óbvio, é consequência diretamente do desmantelo que impera na direção do Clube, fui acometido de uma tristeza impiedosa por perceber que, hoje, nem quando o Vitória mata, literalmente, seu torcedor do coração isso sai nos jornais. (Podem pesquisar no Google. Nenhum meio de comunicação fora da Bahia disse um ai sobre a tragédia,)

É isso. Quando somos pequenos (e o Vitória está cada vez mais se apequenando) a nossa dor não é nem motivo pra notícia, não serve nem pra embrulhar o peixe no dia seguinte.

Por: Franciel Cruz
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