Confira a matéria feita por Leandro Stein sobre o atacante rubro-negro Edson, publicado no site Olheiros.net.
A situação tímida do Vitória em competições de base começou a dar sinais de transformação no último ano. Mesmo sendo um grande celeiro de talentos, o clube ficou distante de glórias nos principais torneios recentes. O atacante Edson, destaque da base, foi fundamental.
Os juniores venceram um título em uma primeira excursão internacional desde 2006. Um dos maiores destaques na campanha vitoriosa pela Europa, Edson é visto como um dos maiores achados dos últimos tempos do clube. Goleador nato, o atleta acumula artilharias e há quatro anos seguidos conquista títulos estaduais no clube.
Matador desde sempre
O faro de gol do garoto começou a chamar a atenção ainda em sua cidade natal, Conceição do Jacuípe, interior da Bahia e distante cem quilômetros da capital Salvador. Aos 12 anos, Edson foi observado por olheiros do Vitória e levado para testes nas divisões de base do clube. Jogou, agradou e, desde então, fez parte das categorias inferiores do rubro-negro.
Dentro do Barradão, o atacante passou a vivenciar o projeto desenvolvido pelos baianos para lapidar as suas promessas. E os primeiros resultados notáveis apareceram com o time infantil, onde chegou ao ápice em 2005, quando venceu a etapa regional da Nike Cup.
No ano seguinte, Edson foi promovido ao elenco juvenil e, mais uma vez, se destacou por sua facilidade em ir às redes. Mesmo recém-integrado ao grupo, o goleador foi um dos principais nomes na campanha irretocável dos rubro-negros no Baianão da categoria. Invicto, o ataque do Vitória teve média de 4,8 gols por partida, 77 tentos no total, oito destes provenientes de Edson.
Sua primeira grande premiação individual, no entanto, aconteceu em 2007. Com mais um desempenho fabuloso do Leão rumo ao título do Campeonato Baiano Juvenil, o avante foi bicampeão e artilheiro do certame, com 18 gols.
Subindo de categoria novamente em 2008, Edson foi campeão estadual pelo terceiro ano consecutivo com os juniores e balançou as redes quatro vezes ao longo da competição. O número de gols abaixo das marcas registradas anteriormente, porém, possuía uma explicação plausível: o atacante não disputou as fases decisivas do campeonato. Afinal, havia recebido uma proposta do exterior e viajou rumo ao Japão antes do término do torneio.
Da Ásia à confiança de Carpegiani
Observado em um treino, Edson foi convidado pelos dirigentes do Consadole Sapporo a passar alguns meses com a equipe do Extremo Oriente. Pela primeira vez em sua carreira, o atacante pôde treinar com os profissionais e teve registrada a primeira aparição em um elenco principal, entrando em campo em uma partida válida pela Copa Nabisco.
Sem acordo entre baianos e japoneses por sua transferência, o jovem atacante retornou ao Barradão ainda no segundo semestre de 2008. Edson também disputou naquele ano o Campeonato Brasileiro Sub-20, ocasião na qual fez três gols e o Vitória caiu na primeira fase.
A temporada seguinte de Edson foi iniciada com a Copa São Paulo de Futebol Júnior. Seu tento solitário na competição, entretanto, não foi o suficiente para salvar o Vitória de uma participação desastrosa, culminada na eliminação sem um único ponto ainda na primeira fase. Logo depois, o alívio veio com o tetracampeonato baiano com as divisões inferiores, quando o garoto mais uma vez foi um dos líderes do time, sendo vice-artilheiro do torneio com 11 gols marcados.
A proeminência conquistada na base rubro-negra rapidamente acabou lhe valendo uma oportunidade entre os profissionais. Com o atacante Washington impossibilitado de jogar, o então técnico do Leão, Paulo César Carpegiani, deu uma chance a Edson no grupo principal.
O jogador foi a campo justamente no primeiro jogo no qual foi relacionado. Contra o Palmeiras, no Palestra Itália, atuou pouco mais de 10 minutos e não teve tempo para demonstrar a sua qualidade. Ao menos, recebia de Carpegiani o sinal de que já teria espaço para apresentar o seu futebol no time profissional. Ainda mais 40 minutos de jogo em outras duas partidas, contra Internacional e Botafogo, antes de retornar aos juniores e viajar com o elenco para a Europa.
Der Torschütze
A excursão ao Velho Continente rendeu fama internacional ao artilheiro rubro-negro. Na primeira competição disputada, o Torneio de Freiburg, Edson assinalou três gols e o Vitória sagrou-se campeão nos pênaltis, em vitória contra o tradicional Borussia Dortmund. Ainda na mesma viagem, o Leão da Barra participou do Torneio sub-19 de Oberndorf e triunfou novamente, desta vez eliminando o Barcelona e batendo o Freiburg na decisão.
Os gols do avante fizeram até mesmo com que ganhasse o apelido de Gunner, em alusão ao termo “artilheiro”. Mesmo que a tradução do inglês esteja errada (gunner refere-se à atividade militar), a alcunha dimensiona o poder de fogo de Edson. Frio, oportunista e eficiente tanto com os pés quanto com a cabeça, o atacante ainda se destaca por sua força e presença de área.
De volta da Europa, o atleta continuou treinando entre os juniores, com os quais jogou o Brasileiro Sub-20 de 2009. Marcou um gol e, repetindo a história, o Vitória caiu na primeira fase.
Sobe e desce em 2010
No início da presente temporada, Edson foi relacionado no elenco pelo recém-efetivado técnico Ricardo Silva. Seria a chance de se firmar entre os profissionais e ganhar moral dentro do Barradão.
A primeira partida no ano não poderia ser melhor. Entrando a 15 minutos do fim, na estreia no Baianão contra o Camaçari, Edson marcou o gol da vitória. Em cruzamento de Egídio, cabeceou para fazer o seu primeiro tento no time principal. O atacante ainda entrou como substituto no segundo encontro do Vitória no Estadual, contra o Itabuna, mas a sua participação não evitou a derrota por 1 a 0.
Depois deste dia, no entanto, não pisou mais no gramado e frequentou o banco de reservas mais algumas poucas vezes. Preterido, sem lugar no ataque de Ricardo Silva, o atleta voltou aos juniores e agora reforça a equipe no pleito pelo título do Campeonato Baiano da categoria.
A notar por seus números, Edson não se abalou pelo “rebaixamento” sofrido. É o artilheiro do Leão, como de costume, na sólida campanha dos rubro-negros. Seguindo assim, o goleador deverá voltar em breve aos profissionais do clube, firmando-se como mais um bom valor formado nas divisões inferiores do Vitória. E, quem sabe, coroar-se também como o rei da Bahia – caso vença o baiano principal e o de juniores, o avante pode chegar à incrível marca de seis títulos estaduais em cinco temporadas seguidas.
A situação tímida do Vitória em competições de base começou a dar sinais de transformação no último ano. Mesmo sendo um grande celeiro de talentos, o clube ficou distante de glórias nos principais torneios recentes. O atacante Edson, destaque da base, foi fundamental.Os juniores venceram um título em uma primeira excursão internacional desde 2006. Um dos maiores destaques na campanha vitoriosa pela Europa, Edson é visto como um dos maiores achados dos últimos tempos do clube. Goleador nato, o atleta acumula artilharias e há quatro anos seguidos conquista títulos estaduais no clube.
Matador desde sempre
O faro de gol do garoto começou a chamar a atenção ainda em sua cidade natal, Conceição do Jacuípe, interior da Bahia e distante cem quilômetros da capital Salvador. Aos 12 anos, Edson foi observado por olheiros do Vitória e levado para testes nas divisões de base do clube. Jogou, agradou e, desde então, fez parte das categorias inferiores do rubro-negro.
Dentro do Barradão, o atacante passou a vivenciar o projeto desenvolvido pelos baianos para lapidar as suas promessas. E os primeiros resultados notáveis apareceram com o time infantil, onde chegou ao ápice em 2005, quando venceu a etapa regional da Nike Cup.
No ano seguinte, Edson foi promovido ao elenco juvenil e, mais uma vez, se destacou por sua facilidade em ir às redes. Mesmo recém-integrado ao grupo, o goleador foi um dos principais nomes na campanha irretocável dos rubro-negros no Baianão da categoria. Invicto, o ataque do Vitória teve média de 4,8 gols por partida, 77 tentos no total, oito destes provenientes de Edson.
Sua primeira grande premiação individual, no entanto, aconteceu em 2007. Com mais um desempenho fabuloso do Leão rumo ao título do Campeonato Baiano Juvenil, o avante foi bicampeão e artilheiro do certame, com 18 gols.
Subindo de categoria novamente em 2008, Edson foi campeão estadual pelo terceiro ano consecutivo com os juniores e balançou as redes quatro vezes ao longo da competição. O número de gols abaixo das marcas registradas anteriormente, porém, possuía uma explicação plausível: o atacante não disputou as fases decisivas do campeonato. Afinal, havia recebido uma proposta do exterior e viajou rumo ao Japão antes do término do torneio.
Da Ásia à confiança de Carpegiani
Observado em um treino, Edson foi convidado pelos dirigentes do Consadole Sapporo a passar alguns meses com a equipe do Extremo Oriente. Pela primeira vez em sua carreira, o atacante pôde treinar com os profissionais e teve registrada a primeira aparição em um elenco principal, entrando em campo em uma partida válida pela Copa Nabisco.
Sem acordo entre baianos e japoneses por sua transferência, o jovem atacante retornou ao Barradão ainda no segundo semestre de 2008. Edson também disputou naquele ano o Campeonato Brasileiro Sub-20, ocasião na qual fez três gols e o Vitória caiu na primeira fase.
A temporada seguinte de Edson foi iniciada com a Copa São Paulo de Futebol Júnior. Seu tento solitário na competição, entretanto, não foi o suficiente para salvar o Vitória de uma participação desastrosa, culminada na eliminação sem um único ponto ainda na primeira fase. Logo depois, o alívio veio com o tetracampeonato baiano com as divisões inferiores, quando o garoto mais uma vez foi um dos líderes do time, sendo vice-artilheiro do torneio com 11 gols marcados.
A proeminência conquistada na base rubro-negra rapidamente acabou lhe valendo uma oportunidade entre os profissionais. Com o atacante Washington impossibilitado de jogar, o então técnico do Leão, Paulo César Carpegiani, deu uma chance a Edson no grupo principal.
O jogador foi a campo justamente no primeiro jogo no qual foi relacionado. Contra o Palmeiras, no Palestra Itália, atuou pouco mais de 10 minutos e não teve tempo para demonstrar a sua qualidade. Ao menos, recebia de Carpegiani o sinal de que já teria espaço para apresentar o seu futebol no time profissional. Ainda mais 40 minutos de jogo em outras duas partidas, contra Internacional e Botafogo, antes de retornar aos juniores e viajar com o elenco para a Europa.
Der Torschütze
A excursão ao Velho Continente rendeu fama internacional ao artilheiro rubro-negro. Na primeira competição disputada, o Torneio de Freiburg, Edson assinalou três gols e o Vitória sagrou-se campeão nos pênaltis, em vitória contra o tradicional Borussia Dortmund. Ainda na mesma viagem, o Leão da Barra participou do Torneio sub-19 de Oberndorf e triunfou novamente, desta vez eliminando o Barcelona e batendo o Freiburg na decisão.
Os gols do avante fizeram até mesmo com que ganhasse o apelido de Gunner, em alusão ao termo “artilheiro”. Mesmo que a tradução do inglês esteja errada (gunner refere-se à atividade militar), a alcunha dimensiona o poder de fogo de Edson. Frio, oportunista e eficiente tanto com os pés quanto com a cabeça, o atacante ainda se destaca por sua força e presença de área.
De volta da Europa, o atleta continuou treinando entre os juniores, com os quais jogou o Brasileiro Sub-20 de 2009. Marcou um gol e, repetindo a história, o Vitória caiu na primeira fase.
Sobe e desce em 2010
No início da presente temporada, Edson foi relacionado no elenco pelo recém-efetivado técnico Ricardo Silva. Seria a chance de se firmar entre os profissionais e ganhar moral dentro do Barradão.
A primeira partida no ano não poderia ser melhor. Entrando a 15 minutos do fim, na estreia no Baianão contra o Camaçari, Edson marcou o gol da vitória. Em cruzamento de Egídio, cabeceou para fazer o seu primeiro tento no time principal. O atacante ainda entrou como substituto no segundo encontro do Vitória no Estadual, contra o Itabuna, mas a sua participação não evitou a derrota por 1 a 0.
Depois deste dia, no entanto, não pisou mais no gramado e frequentou o banco de reservas mais algumas poucas vezes. Preterido, sem lugar no ataque de Ricardo Silva, o atleta voltou aos juniores e agora reforça a equipe no pleito pelo título do Campeonato Baiano da categoria.
A notar por seus números, Edson não se abalou pelo “rebaixamento” sofrido. É o artilheiro do Leão, como de costume, na sólida campanha dos rubro-negros. Seguindo assim, o goleador deverá voltar em breve aos profissionais do clube, firmando-se como mais um bom valor formado nas divisões inferiores do Vitória. E, quem sabe, coroar-se também como o rei da Bahia – caso vença o baiano principal e o de juniores, o avante pode chegar à incrível marca de seis títulos estaduais em cinco temporadas seguidas.
Ficha Técnica
Nome Completo: Edson dos Santos Reis
Data de Nascimento: 26/02/1990
Local de Nascimento: Conceição do Jacuípe, Bahia
Clubes que defendeu: Vitória, Consadole Sapporo
Seleções de base que defendeu: nenhuma
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