
Salvador, 11 de janeiro de 2009.
Amigo íntimo do técnico Alexandre Gallo, que será o seu principal adversário no início do ano, Vágner Mancini diz que já o enfrentou duas vezes e perdeu as duas. Pelo Paulista, levou 1 a 0 do Santos e, representando o Vitória, perdeu, por 2 a 1, para o Atlético/MG. Mas faz uma ressalva: os dois duelos foram fora de casa. Em conversa com o repórter Daniel Dórea, promete tentar mudar a história em 2009.
A TARDE ESPORTE CLUBE: Você diz que ganhar o Estadual é obrigação. E se o título não vier, é para se envergonhar?
Vágner Mancini: Eu não diria que é obrigação. Acho que o Vitória tem uma equipe mais bem montada, que jogou a Série A em 2008, mas a obrigação existe quando você tem um time muito superior. Vejo Bahia e Vitória como equipes iguais.
ATEC: Pelo que você está vendo, o Bahia vem mais forte do que no ano passado?
VM: Eu não tenho dúvida disso. O Bahia está motivado, é uma equipe que está tendo uma injeção de ânimo em virtude até da ida do Paulo Carneiro e da chegada do Gallo. Isso aí dá uma mexida geral.
ATEC: Qual sua relação com o técnico Gallo?
VM: Somos amigos de infância. Eu o conheço desde cinco, seis anos de idade. Sempre tivemos muito contato e nunca perdemos isso. Felizmente, essa amizade continua e acho que isso tem que ser valorizado em um momento que a vida está tão corrida e valores estão sendo deixados de lado.
ATEC: Já se encontraram aqui?
VM: Não. Nos falamos por telefone e conversamos sobre a maravilha que é morar na Bahia, mas nada sobre futebol.
ATEC: É possível um campeonato mais disputado que o de 2008?
VM: Em termos dramáticos, eu acho difícil. O campeonato de 2008 vai ser lembrado daqui a 20, 30 anos. Vai ficar na história. Mas aquilo que eu já falei do Bahia faz com que encaremos este Estadual como uma competição muito difícil.
ATEC: Você espera um acirramento da rivalidade pelo clima fora de campo?
VM: A rivalidade sempre existiu e vai seguir dessa forma. No início do ano, quando as equipes estão sendo formadas, é normal aquela discussão sobre qual time está melhor. Espero que isso alimente também a torcida, para que tenhamos bons públicos.
ATEC: Apenas três titulares sobraram da campanha do ano passado. Mesmo perdendo essa base, você acredita que o Vitória está mais competitivo?
VM: Se você falar dos 11 titulares, realmente o time foi muito modificado, mas vários atletas que estão aqui hoje jogaram, ajudaram. O que deixa o Vitória forte é que os vários jogadores que chegaram já sabem a minha maneira de trabalhar. Temos uma saída de ano um pouco melhor que a do Bahia.
ATEC: A diretoria garantia que não contrataria outro lateral-esquerdo e Luciano Almeida chegou. Foi exigência sua?
VM: Não. Aqui nós trabalhamos como uma equipe. No início da semana, achávamos melhor que não viesse ninguém, mas aí surgiu o nome do Luciano Almeida, com uma chance de trazê-lo boa para o Vitória.
ATEC: O Vitória já fez 15 contratações e fala-se em mais duas. Não é exagero?
VM: Não vai vir mais zagueiro, isso eu posso adiantar, até para não colocar um bloqueio no acesso do Victor (Ramos) e do Wallace. Se for chegar, será apenas mais um atleta, mas o elenco está 99% fechado.
ATEC: Quem são os principais candidatos a seguir os passos de Marquinhos e Willans?
VM: Sempre que você fala sobre isso no início do ano, fatalmente você erra, pois o time tem muitas variações durante o ano.M as eu acho que o Victor Ramos, o Wallace e o Kleiton Domingues) têm chance de aparecer na equipe e seguir os passos deles.
ATEC: O Sport ganhou a Copa do Brasil 2008. Quais são as chances do Vitória neste torneio?
VM: São plenas. Estamos em igualdade de condições com todos. É uma forma de disputa que dá chance à todas as equipes disputarem o título.
Fonte: A Tarde.