12 de março de 2011

Melancólica liderança. Por Franciel Cruz.

Franciel Cruz
Melancólica liderança
Por Franciel Cruz

Há coisa de um mês, mais exatamente no dia 14 de fevereiro, escrevi um texto intitulado “Os males da abstinência futebolística”. Nas referidas prosopopeias, pregava a necessidade de “um freio na alegria desmedida” que tomava conta de setores da torcida do Esporte Clube Vitória. Na ocasião, muitos estavam eufóricos por causa dos ilusórios resultados no Varelão/2011.

Como nunca deixei que minha visão ficasse obnubilada por miragens (recebam, hereges), fiz o alerta à nação sobre a real (e péssima) situação da equipe. Porém, como recompensa, fui acusado de alarmista, pessimista, comunista, do caralho aquático.

Pois bem.

Poucos dias depois, veio a tragédia anunciada. E, ao cair diante do genérico Botafogo da Paraíba, o time começou a mostrar que não estava preparado para atravessar nenhuma fronteira.

Como sói ocorrer, depois da queda, veio o coice.

Assim, na sequência, aconteceu a bordoada diante do fraquíssimo representante de Dias D’ávila. No entanto, alguns continuavam a se enganar, colocando a culpa somente no homem (?) de preto. Mais uma vez, alertei que a culpa não era (só) do juiz ladrão.

Pois muito bem.

Enquanto uns e outros ficavam procurando culpados em outras freguesias, este renitente locutor prosseguia repetindo a seguinte homilia: “As coisas só vão mudar em campo quando existir uma transformação de postura da Diretoria”.

E, mesmo eles fazendo ouvidos de mercador, continuei minha pregação, até para que a zorra não inflamasse mais ainda. Afinal, é inadmissível a continuação de tanta falta de planejamento e de transparência, para dizer o mínimo. Esta novela do argentino, por exemplo, é de um embromeichon, chon, chon sem limites. Até quando vão ficar empurrando esta (mal fadada) história com a barriga?

Por falar em empurrar com a barriga, estamos exatamente assim já há algum tempo. E tal situação só vai se transformar quando a torcida tomar consciência da dramática situação, sair dos resmungos virtuais e levar toda a indignação às arquibancadas.

É fato que chegamos à liderança geral do Varelão/2011 faltando apenas uma rodada para o final da fase classificatória. Mas, é uma liderança melancólica. Ontem mesmo, diante do Juazeiro, a sensação foi de uma quinta-feira de cinzas sem ter nem aproveitado o Carnaval. Uma vitória com sabor de ressaca, com gosto de bota de sargento no canto da boca. Um futebol tão apagado quanto o placar do estádio e mais sem graça do que a iluminação de Salvador pós período momesco.

P.S Aliás, o nosso velho Carnaval parece que começa a se despir do elitismo, conforme vocês podem conferir neste relato aqui, ó. Maestro, nossos comerciais, por favor. DEMOCRACIA NO CARNAVAL

2 comentários:

  1. Concordo plenamente, a diretoria do Vitória não sabe contratar(Ernani?), não sabe vender(Elkeson, Bida, que agora ficou difícil,ect)onde esta o dinheiro de David Luiz? O treinador e ultrapassado e esse time não sobe. Resta-nos o sonho de algum dia ser realmente grande.

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