12 de fevereiro de 2011

Valei-me, São Jean Aero Wyllys! Por Franciel Cruz.

Valei-me, São Jean Aero Wyllys!
Por: Franciel Cruz

Há coisa de década e meia que trabalho no mesmo ambiente insalubre com João Borges Bougê. Trabalho e divirjo. A bem da verdade, mais divirjo do que trabalho. E tais divergências ocorrem basicamente porque o referido sempre teve uma, digamos assim, vocação para um desenfreado governismo. E esta afeição pelo poder constituído, principalmente na época do Acêmê, era algo que beirava o insuportável – pelo menos para mim, que nunca nutri simpatia alguma pelo indigitado.

Pois muito bem. O tempo passou, Cabeça Branca bateu os coturnos, a administração mudou (?), mas Bougê continuou no mesmo lugar: um entusiasta empedernido do status quo. E eu continuo do lado de lá, especialmente agora com o Movimento que luta pela democratização do Esporte Clube Vitória. Aliás, nossos desentendimentos só cessam um pouco quando o assunto é futebol. Para ser mais preciso quando falamos do Rubro-Negro, pois Bougê costuma repetir uma frase fantástica. Às aspas. “Acho que num gosto nem de futebol. Eu só gosto de Vitória”. “Acho que num gosto nem de futebol. Eu só gosto de Vitória”.

Pois era exatamente esta frase que martelava meu maltratado juízo enquanto, absorto em meus pensamentos, viajava para Alagoinhas na última quarta-feira para apreciar a peleja entre o Leão e o Carcará.

No exato momento em que a TV transmitia a labuta entre Brasil x França eu estava percorrendo as ruas da gloriosa Simões Filho, guiado (?) por Duillio Frederico e Manoel Novaes – dois cidadãos com menos senso de direção do que cachorro em dia de mudança. O agravante é que o primeiro, o co-piloto, ainda era tirado a gato mestre. “Conheço tudo aqui”. E nesta brincadeira passaram-se exatos 30 minutos – até que um filho de jehová apontou o caminho da BA-93.

Mas, derivo, tanto quanto os condutores.

O fato é que, às 19h32 minutos e 23 segundos, finalmente chegamos a Alagoinhas. E, amigos, em verdade vos confesso: valeu à pena, já que, depois de perambular pelas estradas baianas, tivemos uma recepção espetacular. O menino Etevaldo, na verdade a mãe do referido, ofereceu um feijão de botar Alaíde no chinelo. Rango de altíssima responsabilidade.

Com o bucho cheio e um frasco de cepacol na mão, dirijo-me ao brioso estádio Antônio Carneiro para orientar a equipe. Porém, Duillio, ele mesmo, inventa de procurar zuada com os puliça. A partir de então, formou-se um alvoroço dos seiscentos e quase que éramos literalmente escanteados.

Nossa valência foi que Carlinhos Pacheco Leões da Fiel (que veio diretamente de Aracajivisky para a peleja) sacou do coldre um argumento infalível para os alagoinheses. “Alto lá, seu guarda. Eu sou daqui de Alagodé e sou amigo de infância de Jean Aero Willys, inclusive jogávamos bola direto do lado de cá da linha do trem e as porra”.

Pronto. Foi a senha para que os ânimos ficassem serenados. Só então, o ladrão assoprador de apito deu início à labuta.

E eu olhava para o pasto, digo, gramado ordinário, para jogadores idem, para aquela bola feia como a zorra e lembrava-me da frase de Bougê. “Eu num gosto de futebol, não. Eu gosto é do Vitória”.

Putaque pariu a ruindade!

E mais não digo porque aquela disgrama de jogo não merece nem a meia-entrada que paguei.

Porém, para ser fiel à realidade dos fatos, apenas relato que, no final, Duillio roubou a bola do jogo e ainda queria brigar com o gandula.

Ô sujeitinho problemático.

Ah, sim. E a prova maior de que não gosto de futebol, mas sim do Vitória, é que neste domingo estarei novamente no Parque Sócio Ambiental para ver o Leão jogar (?) contra o mesmo carcará.

Valei-me, São Jean Aero Wyllys!

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