“Será que não vou estar vivo para ver meu time campeão nacional?”, inquieta-se o torcedor. A resposta está logo aí embaixo, sem dribles, sem chutes para escanteio. “Já pensou em entregar o cargo?”, vem a pergunta direta, de sola. E o presidente coloca a bola no chão e dá sequência, ora cadenciando o ritmo, ora com toques curtos e rápidos, sendo dinâmico e objetivo.
// Veja aqui a segunda parte da entrevista.
Acompanhe as perguntas e veja as respostas do presidente.
GERALDO CARVALHO:
Alexi, será que eu não vou estar vivo para ter o prazer de ver meu time ser campeão nacional, mesmo que seja da Série B?
Alexi: Geraldo, como o Vitória tem boas chances de ser campeão da Série B este ano, sugiro que você, desde já, vá cuidando de sua saúde. De antemão, te convido para assistir ao jogo do título este ano comigo, aqui no Barradão.
ALISSON FERNANDES:
Você já pensou em entregar o cargo depois dos insucessos de sua gestão?
Alexi: Alisson, você se refere a quais insucessos? Reduzimos nosso endividamento em 88%. Desde quando assumimos o clube, os salários são pagos rigorosamente em dia. Eu sei que essa é uma obrigação do clube, mas quando aqui chegamos os funcionários que ganhavam salário mínimo estavam a cinco meses sem receber. Os jogadores não viam a cor do dinheiro há meses. A concentração da base mais parecia um Carandiru. Em um único quarto, chegávamos a ter 11 beliches. Hoje, quatro atletas da base dividem um quarto e um banheiro. Investimos mais de R$ 300 mil para recuperar o alojamento deles. Subimos o clube da Série C para a A em apenas dois anos. Perdemos uma final de Copa do Brasil para o Santos de Neymar e companhia no saldo de gols. Fomos tetracampeões baianos de futebol, sequência de títulos que o Vitória só havia alcançado outras duas vezes em sua história, e decampeões baianos de remo, entre outras conquistas. Mas se você se refere ao fato de termos caído para a Série B, pode ficar tranquilo que este ano nós vamos voltar para a primeira divisão.
JEISSON FERRAZ:
Presidente, por que o senhor não efetivou o Ricardo Silva como técnico?
Alexi: Jeisson, Ricardo tem toda condição e capacidade para assumir o Vitória. Só que, no momento atual, nós avaliamos que o clube precisava de um treinador com mais experiência, mais rodagem. Ano passado, várias faixas no estádio pediram a saída de Ricardo Silva. Esse fato é recente. Hoje, você reconhece a importância dele, o que nos deixa seguros de que acertamos em mantê-lo no Vitória. Futuramente, você pode também estar reconhecendo a importância de Carpegiani.
JOÃO DIAS:
Em relação à Fonte Nova, o Vitória vai mandar seus jogos lá? Caso a resposta seja não, há algum projeto de modernização não só do Barradão, mas também nas vias de acesso?
Alexi: João, nós vamos continuar mandando nosso jogos no Barradão. Já está em nosso planejamento transformar o estádio em uma moderna arena. Em parceria com a prefeitura, projetamos ainda uma via exclusiva que vai ligar a Avenida Paralela ao Barradão. Também assinamos um convênio com o governo do estado para a construção de mais três campos de treinamento, um com arquibancada para mil torcedores, um ginásio coberto e o asfaltamento do estacionamento externo. Devemos receber a autorização para essas ações nos próximos dias.
LUKAS DI SOUZA:
Gostaria de saber se Alexi não está vendo que o clube precisa urgentemente de um lateral esquerdo.
Alexi: Pois é, Lukas. Notamos essa carência e trouxemos dois jogadores para a posição: Gabriel Araújo e Dener, que veio do Grêmio indicado pelo técnico Vanderlei Luxemburgo. Carpegiani já conhecia o atleta e aprovou a contratação.
MARCELA FONSECA:
Presidente, além de contratar, o que mudou no Vitória de 2011 para 2012 para acreditarmos que vamos subir?
Alexi: Marcela, não tem como deixar de fora dessa questão os jogadores. Eles são os verdadeiros protagonistas. Hoje temos um time mais jovem, mais forte, mais consistente. Fora de campo o clube está se profissionalizando numa velocidade cada vez maior.
EDUARDO SANTOS:
Temos uma safra promissora, com Gabriel Paulista, Romário, Mineiro, Artur Maia, entre outros. O que fazer para segurar esses atletas no clube?
Alexi: O assédio é grande, Eduardo. Como nossa saúde financeira está controlada, temos conseguido segurar nossos jovens atletas por mais tempo no clube, até para que eles se valorizem e o Vitória lucre mais em vendas futuras. Mas hoje, para equilibrar a equação despesas x receitas, é fundamental vender um ou dois jogadores por ano.
ALESSANDRA NOGUEIRA:
Alexi, como o clube vai faturar mais esse ano se estamos na Série B?
Alexi: Alessandra, nós conseguimos aumentar nossas receitas em áreas como patrocínio e publicidade, que responde hoje por mais de 35% do nosso faturamento. Projetamos também arrecadar este ano um volume ainda maior com a bilheteria e, para isso, a participação de vocês é fundamental.
Atenção: perguntas publicadas pelos torcedores na página www.facebook.com/jornalrugidodoleao
Entrevista publicada no Jornal Rugido do Leão (edição n.º 4 - 30/06/12)