A vida e o futebol (o que dá no mesmo) são cheios de promessas que, muitas vezes, não se cumprem. Neste vale de lágrimas, sempre prevalece o império da incerteza.
É como já decretou, há mais de dois mil e quinhentos anos, o menino Eurípedes: “O esperado não se cumpre e ao inesperado um deus abre o caminho”.
É como já decretou, há mais de dois mil e quinhentos anos, o menino Eurípedes: “O esperado não se cumpre e ao inesperado um deus abre o caminho”.
É exatamente por isso que, quando se cria uma expectativa, a toda porra desanda. Talvez o exemplo mais ilustrativo seja o de Washington Luiz de Paula, que, depois de brilhar pela Seleção Brasileira Juvenil no Torneio de Cannes, ficou conhecido como o “novo Pelé”. Após perambular por diversos clubes, inclusive no próprio Vitória, em meados da década de 70, o projeto de craque morreu praticamente anônimo há pouco mais de dois anos. Nesta linhagem de sucessores, tem-se o exemplo de Julinho. Muitos garantiam que ele jogaria mais bola do que Bebeto Gama. Ledo e ivo engano. Enquanto este tornou-se campeão mundial, o outro foi parar no futebol peruano.
Outro exemplo quase trágico foi Raimundo Eduardo Souza Oliveira. O referido causou um rebuliço dos seiscentos demônhos no futebol baiano. E chegou a enganar até mesmo este cético locutor. Não raras vezes, saí de meus cuidados para ver o garoto em campo. E Dico Maradona, eis o apelido do sacrista, não desapontava. Ele lembrava o polêmico craque argentino não só pelo sobrenome, mas também pelas diabruras que realizava com a canhota. Porém, o rapaz não segurou a onda do peso da projeção e do sobrenome. Na breve passagem pelo Vitória, já na década de 90, nem de longe lembrava o craque que encantara a todos em meados da década de 1980.
Além destes três casos emblemáticos de jogadores que passaram pelo Vitória, conheço muitos outros. Já acompanhei glórias, declínios e diversas outras mumunhas no Ludopédio. Portanto, num é uma apresentação cheia de firulas que vai seduzir esta puta velha que vos sopra prosopopeias.
Assim, com a autoridade de quem conhece o pratica o pebolismo (eu falei pebolismo, maledicentes) em 27 idiomas que lhes garanto: Desde que eu me entendo por gente, e lá se vão muitas décadas, não me recordo de um jogador da base ter estreado do modo tão alvissareiro quanto Leilson.
É óbvio que não me refiro apenas ao (bom) futebol apresentado pelo rapaz – até porque, conforme os exemplos acima demonstram, já vi gente jogando muito mais bola na estreia do que ele. O que vale realmente destacar na partida do rapaz no Barradão é o aspecto simbólico. Antes de falar sobre isso, e para não sairmos do campo das reminiscências, destaco um episódio relativamente recente.
Seguinte.
No dia 31 de Maio de 2009, na inolvidável peleja contra o Grêmio, o menino Elkesson participava pela primeira vez no Barradão de um jogo do Campeonato Brasileiro. É óbvio que a grande maioria da torcida, como sói ocorrer, não conhecia o garoto. Porém quase todos já demonstravam a ancestral impaciência. Numa jogada sem maiores consequências, o lateral do tricolor gaúcho, Ruy Cabeção, colocou a bola na frente e Elkesson não acompanhou. Pronto. Foi a faísca que bastou para que boa parte dos torcedores não o perdoasse jamais. De nada adiantou ele fazer o gol do título de 2010 (nossa última conquista) ou jogar com raça e nunca se esconder da partida. Seu destino estava marcado ali. È fato que não só o dele. Todas as vezes que alguma promessa da base veste a camisa, a torcida exige que, quando nada, ele jogue mais do que Pelé. Arthur Maia, que ainda nem fez 20 anos, que o diga.
Mas, derivo. Derivo, mas retorno logo para falar sobre a simbologia da estreia de Leílson. Sem mais longas e delongas, eu lhes garanto: Foi a primeira vez, em milhares de anos, que vi a torcida jogando literalmente com um atleta vindo da base em sua primeira partida no Santuário. Em todos os lances havia uma mágica cumplicidade. Bastava ele tocar uma bola de lado que pipocavam nas arquibancadas os tradicionais comentários: “Conhece muito de bola”.
É lógico que o fato de, logo na primeira jogada, ele ter balançado as redes ajudou muito. Porém, já vi jogadores fazer gols e ser crucificado só porque errou um passe na sequência. Com Leílson, não. Foi amor à primeira vista, digo ao primeiro gol. E este, talvez, tenha sido o fato mais importante da sofrida (mais uma) vitória contra o Paraná.
E que esta simbologia inaugurada por Leílson seja a faísca que faltava para unir definitivamente a torcida ao time e aos futuros craques da base.
Por: Franciel Cruz (@ingresia)
P.S A propósito, estão de parabéns os meninos do sub-17, que, na noite de ontem, se sagraram campeões invictos da Copa 2 de Julho. Depois de brocar a Seleção Brasileira duas vezes e humilhar as sardinhas nas semis, a garotada enfiou 5 x 2 no Cruzeiro.
Outro exemplo quase trágico foi Raimundo Eduardo Souza Oliveira. O referido causou um rebuliço dos seiscentos demônhos no futebol baiano. E chegou a enganar até mesmo este cético locutor. Não raras vezes, saí de meus cuidados para ver o garoto em campo. E Dico Maradona, eis o apelido do sacrista, não desapontava. Ele lembrava o polêmico craque argentino não só pelo sobrenome, mas também pelas diabruras que realizava com a canhota. Porém, o rapaz não segurou a onda do peso da projeção e do sobrenome. Na breve passagem pelo Vitória, já na década de 90, nem de longe lembrava o craque que encantara a todos em meados da década de 1980.
Além destes três casos emblemáticos de jogadores que passaram pelo Vitória, conheço muitos outros. Já acompanhei glórias, declínios e diversas outras mumunhas no Ludopédio. Portanto, num é uma apresentação cheia de firulas que vai seduzir esta puta velha que vos sopra prosopopeias.
Assim, com a autoridade de quem conhece o pratica o pebolismo (eu falei pebolismo, maledicentes) em 27 idiomas que lhes garanto: Desde que eu me entendo por gente, e lá se vão muitas décadas, não me recordo de um jogador da base ter estreado do modo tão alvissareiro quanto Leilson.
É óbvio que não me refiro apenas ao (bom) futebol apresentado pelo rapaz – até porque, conforme os exemplos acima demonstram, já vi gente jogando muito mais bola na estreia do que ele. O que vale realmente destacar na partida do rapaz no Barradão é o aspecto simbólico. Antes de falar sobre isso, e para não sairmos do campo das reminiscências, destaco um episódio relativamente recente.
Seguinte.
No dia 31 de Maio de 2009, na inolvidável peleja contra o Grêmio, o menino Elkesson participava pela primeira vez no Barradão de um jogo do Campeonato Brasileiro. É óbvio que a grande maioria da torcida, como sói ocorrer, não conhecia o garoto. Porém quase todos já demonstravam a ancestral impaciência. Numa jogada sem maiores consequências, o lateral do tricolor gaúcho, Ruy Cabeção, colocou a bola na frente e Elkesson não acompanhou. Pronto. Foi a faísca que bastou para que boa parte dos torcedores não o perdoasse jamais. De nada adiantou ele fazer o gol do título de 2010 (nossa última conquista) ou jogar com raça e nunca se esconder da partida. Seu destino estava marcado ali. È fato que não só o dele. Todas as vezes que alguma promessa da base veste a camisa, a torcida exige que, quando nada, ele jogue mais do que Pelé. Arthur Maia, que ainda nem fez 20 anos, que o diga.
Mas, derivo. Derivo, mas retorno logo para falar sobre a simbologia da estreia de Leílson. Sem mais longas e delongas, eu lhes garanto: Foi a primeira vez, em milhares de anos, que vi a torcida jogando literalmente com um atleta vindo da base em sua primeira partida no Santuário. Em todos os lances havia uma mágica cumplicidade. Bastava ele tocar uma bola de lado que pipocavam nas arquibancadas os tradicionais comentários: “Conhece muito de bola”.
É lógico que o fato de, logo na primeira jogada, ele ter balançado as redes ajudou muito. Porém, já vi jogadores fazer gols e ser crucificado só porque errou um passe na sequência. Com Leílson, não. Foi amor à primeira vista, digo ao primeiro gol. E este, talvez, tenha sido o fato mais importante da sofrida (mais uma) vitória contra o Paraná.
E que esta simbologia inaugurada por Leílson seja a faísca que faltava para unir definitivamente a torcida ao time e aos futuros craques da base.
Por: Franciel Cruz (@ingresia)
P.S A propósito, estão de parabéns os meninos do sub-17, que, na noite de ontem, se sagraram campeões invictos da Copa 2 de Julho. Depois de brocar a Seleção Brasileira duas vezes e humilhar as sardinhas nas semis, a garotada enfiou 5 x 2 no Cruzeiro.
acredito na base e acho q leilson e arthur maia tem condições de serem titulares desse time.
ResponderExcluireu formaria um conpetitivo so com jogadores da base ex:
G- GUSTAVO
Z- GABRIEL, VICTOR
L- YURI, ROMARIO
VO- UELITON,CORUJA E MINEIRO
MO- ARTHUR MAIA, LEILSON
AT- MARQUINHOS
E LEE QUE ESTA NO ATLETICO MINEIRO ENTOJADO, PODERIA SER O GOLEIRO DO VITORIA NESSE MOMENTO, NAO?
ResponderExcluirGUGGA SACRAMENTOOOOOO RUBRO-NEGRO ATE O FIM!!!!!!!!
Torcedor é bicho filho da puta mesmo. Elkesson é um bom exemplo.
ResponderExcluirEssa base rubro-negra é 10! Pena que não pude ver nosso time ganhar da seleção duas vezes, bater os sardinhas, humilhar o Cruzeiro, pois os jogos foram realizados fora de Salvador e a imprensa não deu bola.
Não sou muito fã de PC Carpegiane mas tenho que elogiá-lo pelo fato de dar chances aos jogadores da base.
ResponderExcluirNa primeira vez em que esteve no clube ele lançou Elckson, Gabriel, Vitor Ramos e Renier.
Agora ele já deu chances a Leilson, Winne e Gustavo.