Oposição? Que oposição? Por Maurício Naiberg.

Podemos acompanhar na última semana o movimento oposicionista do Bahia mostrar suas caras. Não vou julgar se foi o melhor momento para se fazer isso, já que o clube permaneceu na primeira divisão e conseguiu uma vaga na Copa Sul-Americana em 2012. Mas essa foi forma que eles acharam correto se manifestar. Errado ou não, a própria situação faria isso também se estivesse querendo o poder e seria uma hipocrisia negar esse fato.

Comecei o texto falando do tricolor, porque, na verdade, quero chegar ao seu principal rival, o Vitória. Em nenhum momento a oposição rubro-negra se manifestou nesses quatro últimos anos que passaram. Seja no rebaixamento do ano passado, na pífia campanha da Série B desta temporada ou na perda dos dois títulos estaduais para clubes do interior.

E nesta última quinta-feira, em um grande centro comercial de Salvador, alguns opositores resolveram se reunir para criticar a atual gestão do presidente Alexi Portela e do seu vice, Carlos Falcão. Dentre os tópicos abordados, estava a omissão do conselho deliberativo. Não tenho dúvidas que esse é omisso mesmo, pois uma agremiação de futebol, seja ela o tamanho que for, precisa desse diálogo dos conselheiros e isso não se vê no Vitória. É cada um por si e Deus por todos.

O que podemos observar é uma quantidade pequena de pessoas que passaram pela Toca do Leão há alguns anos e pouco contribuíram. Pouco não, muito, e deixaram sua marca negativa. O clube terminou sabe onde? Na Série C. Alguns desses que marcaram presença na reunião fizeram parte de uma gestão que ficou ultrapassada com o ex-presidente Paulo Carneiro. Não que este último só tenha demérito. Pelo contrário. O trabalho feito por ele rende frutos até hoje e deve ser respeitado pela torcida, mas ficou para trás e lá deve permanecer.

Ainda citando o encontro da oposição rubro-negra – pouco menos de trinta pessoas – concordo em partes às críticas ao presidente atual. É óbvio que ele tem culpa nos recentes fracassos e isso nunca deixei de falar ou escrever. Acho que era preciso mais ousadia e tenho a certeza que era necessário o mesmo escutar menos pessoas que se acham donas do clube. Ninguém é dono do Esporte Clube Vitória. Esta instituição pertence ao seu torcedor. Não é ex-presidente ou determinado órgão da imprensa que mandará nele e isso, infelizmente, existe aqui na Bahia.

O que não concordo é com tanta demagogia. Se for fazer uma oposição séria, tenha pessoas sérias ao seu redor, rejuvenesça esse movimento, mantenha o diálogo e busque sempre o melhor para o clube, não para o seu próprio umbigo. O escritor e político britânico, Benjamin Disraeli, disse uma frase certa vez que sintetiza esse momento: “Todos amam o poder, mesmo que não saibam o que fazer com ele”.

Aqui no Brasil se tem uma mania de se pensar no que passou. Para mim, passou é passado e ponto final. O que deve existir, contudo, é uma forma nova de se projetar o futebol, pensando na modernidade. Tenho certeza que, com essas pouquíssimas pessoas que aderiram o inexpressivo movimento, isso não será possível.

Por: Maurício Naiberg